quinta-feira, 18 de março de 2010

Projeto -Xilogravando a Vida


Xilogravando a Vida

Introdução
O Brasil possui uma grande riqueza cultura. A escola tem papel primordial entre a cultura e a aprendizagem significativa.
A Educação tem papel primordial na formação cultural dos educandos, quando se trata de construir o conhecimento a partir da realidade.
A literatura de cordel é mais um desses exemplos da nossa riqueza cultural.
Ela é assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal, principalmente das cidades do interior e nos subúrbios das grandes cidades. Essa denominação foi dada pelos intelectuais e é como aparece em alguns dicionários. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.
A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.
Esse tipo de literatura não existe apenas no Brasil, mas, também, na Sicilia (Itália), na Espanha, no México e em Portugal. Na Espanha é chamada de pliego de cordel e pliegos sueltos (folhas soltas). Em todos esses locais há literatura popular em versos.
Segundo Luís da Câmara Cascudo, no livro Vaqueiros e cantadores (Porto Alegre: Globo, 1939. p.16) os folhetos foram introduzidos no Brasil pelo cantador Silvino Pirauá de Lima e depois pela dupla Leandro Gomes de Barros e Francisco das Chagas Batista. No início da publicação da literatura de cordel no País, muitos autores de folhetos eram também cantadores, que improvisavam versos, viajando pelas fazendas, vilarejos e cidades pequenas do sertão. Com a criação de imprensas particulares em casas e barracas de poetas, mudou o sistema de divulgação. O autor do folheto podia ficar num mesmo lugar a maior parte do tempo, porque suas obras eram vendidas por folheteiros ou revendedores empregados por ele.
O poeta popular é o representante do povo, o repórter dos acontecimentos da vida no Nordeste do Brasil. Não há limite na escolha dos temas para a criação de um folheto.

A importância do Cordel na Sala de Aulapor José Romero Araújo Cardoso
Veículo de fabuloso fomento à identidade regional, o cordel tem nas camadas populares seus mais constantes e fiéis consumidores, sendo através dos tempos valorizado e cultuado como a verdadeira e autêntica literatura nordestina, o livro de bolso do povo da região.
Há ênfase a diversos clássicos da Literatura de Cordel, os quais são estudados com seriedade em importantes academias espalhadas mundo a fora, não obstante ser recente o estudo desse gênero em universidades brasileiras.
Entre esses, destacam-se as produções de Leandro Gomes de Barros, José Martins de Athayde, José Camelo de Melo, José Pacheco, José Ferreira de Lima, entre outros, inspiradores do Movimento Armorial, criado pela genialidade ímpar de Ariano Suassuna.
A importância de estudar o cordel em sala de aula está sendo enfatizada em projeto ousado e inovador, por título Acorda Cordel, coordenado pelo poeta popular, radialista, ilustrador e publicitário cearense Arievaldo Viana, nascido aos 18 de setembro de 1967, nos sertões adustos de Quixeramobim, terra que também viu nascer o beato Antônio Conselheiro.
Intitulado Acorda Cordel na Sala de Aula, folheto de número 70 da Coleção Queima-Bucha, publicado em Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, em janeiro de 2006, esse cordel traz ilustração de capa do próprio autor.
Vale ressaltar que Arievaldo Viana foi eleito no ano de 2000, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, ocupando a cadeira de número 40, cujo patrono é o poeta popular João Melchíades Ferreira.
Arievaldo Viana desenvolve sua verve extraordinária alertando sobre a necessidade de primar por normas ortográficas e gramaticais corretas, tendo em vista que o cordel, quando usado para a alfabetização, principalmente de jovens e adultos, deve respeitar a linguagem corrente, sem erros grosseiros que atrapalhem os objetivos propostos em seu projeto de fomento ao processo ensino-aprendizagem.
O autor sintetiza a influência do cordel em sua vida, desde a infância, quando se verificou o contato do mesmo com grandes nomes da literatura regional, cujas histórias eram lidas pela avó com o frenético entusiasmo de quem se rende aos encantos das bravuras e feitos épicos narrados primorosamente em folhetos de diversos mestres do passado.
Arievaldo Viana confessa, sem titubear, que os versos geniais decorados de diversos cordéis, tiveram influência mais incisiva que os livros nos quais estudou. O cordel tinha decisiva importância na formação do povo nordestino em razão que o advento do rádio e da televisão era pouco enfático. A mídia ainda não havia contaminado efetivamente o imaginário do povo nordestino.
A fim de que recuperemos nossa identidade vilipendiada pelos rumos da globalização, o autor frisa a importância de que cada biblioteca estruture sua cordelteca como fonte de saber.
Aviso singular quanto à utilidade do cordel, está contido na necessidade da observância da métrica, rima e oração que cada folheto deve conter, visto que, na brilhante advertência do autor, deve existir seqüência lógica para que o estudo seja contemplado de êxitos.
A influência da avó é destacada intensamente no folheto, como forma de exaltar a importância do cordel na sala de aula, pois conforme o autor, esta teria sido sua mais completa fonte de inspiração para que se desabrochasse o amor pelo gênero mais identificador da verdadeira cultura nordestina.






















JUSTIFICATIVA
Veículo de fabuloso fomento à identidade regional, o cordel tem nas camadas populares seus mais constantes e fiéis consumidores, sendo através dos tempos valorizado e cultuado como a verdadeira e autêntica literatura nordestina, o livro de bolso do povo da região.
Há ênfase a diversos clássicos da Literatura de Cordel, os quais são estudados com seriedade em importantes academias espalhadas mundo a fora, não obstante ser recente o estudo desse gênero em universidades brasileiras.
Entre esses, destacam-se as produções de Leandro Gomes de Barros, José Martins de Athayde, José Camelo de Melo, José Pacheco, José Ferreira de Lima, entre outros, inspiradores do Movimento Armorial, criado pela genialidade ímpar de Ariano Suassuna.
A importância de estudar o cordel em sala de aula é por desenvolver e alertar os educandos sobre a necessidade de primar por normas ortográficas e gramaticais corretas, tendo em vista que o cordel, quando usado para a alfabetização, principalmente de jovens e adultos, deve respeitar a linguagem corrente, sem erros grosseiros que atrapalhem o processo ensino-aprendizagem. Assim como a necessidade da rima e oração que cada folheto deve conter, visto que deve existir seqüência lógica para que o estudo seja contemplado de êxitos.
Além de todo este trabalho estrutural em Língua Portuguesa, existe também, a valorização artística que a Literatura de Cordel nos proporciona, tanto literalmente como em suas capas que possuem a Xilogravura.


OBJETIVOS

*Reconhecer a importância da literatura de cordel enquanto patrimônio histórico e cultural do povo paraibano, nordestino e brasileiro. * Utilizar a poesia de cordel como recurso pedagógico para debater temas relacionados à educação escolar como cidadania, solidariedade, preconceito, discriminação racial, consciência ambiental, espiritualidade, ética, educação sexual, combate às drogas, violência, condição social da população, amor ao próximo.*Estimular a leitura, produção e edição de folhetos de cordel entre professores, alunos e demais integrantes da comunidade escolar. * Contribuir para o resgate da literatura de cordel na perspectiva de transformá-la em veículo de comunicação de massa.
*Interesse por ouvir e manifestar sentimentos, experiências, idéias e opiniões.

*Permitir a democratização do acesso ao universo popular (folclórico) e informação histórica.

*Despertar o aluno para o sentido estético e para a fruição da expressão artística, nas suas mais diversas manifestações.

*Oferecer ao aluno amplo domínio ativo do discurso nas diversas situações comunicativas (dança, teatro, discurso, canto, etc), ampliando suas possibilidades de participação social no exercício de cidadania.

*Permitir o uso efetivo da linguagem em situações lingüisticamente significativas, transformando-os em conhecimento próprio, através da ação sobre ele.

*Preocupação com a comunicação nos intercâmbios (português e inglês): fazer-se entender e procurar entender os outros.

*Auto-estima, respeito mútuo e integração.

*Respeito diante de colocações de outras pessoas, no que se refere as idéias.

*Possibilitar que os amantes do gênero cordel possam trocar, declamar, comentar; ler e ouvir textos dos repentistas; produzir folhetos de cordel.

*Manifestar sentimentos, experiências, idéias e opiniões, construindo critérios próprios para selecionar o que vão ler, considerando tanto suas preferências.

*Começar a assumir o ponto de vista de leitor ao reler seus escritos, revisando o texto e cuidando de sua legibilidade.

*Revisar o texto do ponto de vista ortográfico, considerando as regularidades aprendidas e a ortografia convencional.

*Analisar e refletir, com ajuda do professor e dos colegas, acerca de recursos lingüísticos utilizados na resolução de problemas colocados pelas diversas situações de produção dos textos (inglês e português), compartilhando descobertas sobre as regularidades que regem a língua, sistematizando conhecimentos relativos a aspectos discursivos,
gramaticais e ortográficos.

*Utilizar dados disponíveis nos textos, como aspectos da diagramação e recursos gráficos próprios dos textos poéticos, para fazer antecipações e verificá-las.

*Adquirir fluência na leitura dos cordéis.

*Desenvolver sensibilidade e gosto pela leitura de textos poéticos.

*Recitar os cordéis com ritmo e entonação adequados ao texto.

*Visita do Poeta Cordelista Moreira de Acopiara e apreciação de suas declamações poéticas.

*Visitação ao Museu Lasar Segall com apreciação de gravuras.



ETAPAS PREVISTAS


Algumas temáticas mais expressivas na literatura de cordel, serão trabalhadas:

*Romances: histórias de amor não-correspondido, virtudes ou sacrifícios.

*Ciclo mágico e maravilhoso: histórias da carochinha, que falam de príncipes, fadas, dragões e reinos encantados.

* Ciclos do cangaço e religioso: apresentam o imaginário nordestino ligado a figuras como Lampião, Antônio Silvino, Padre Cícero, Antônio Conselheiro e frei Damião.

* Noticiosos: funcionam como jornais. Mesmo já sabendo o que aconteceu, a população compra o folheto para ler a visão do poeta.

* Histórias de valentia: apresentam personagens lendários na região

*Anti-heróis: falam de nordestinos que vencem mais pela esperteza do que pela força. João Grilo e Pedro Malazartes foram imortalizados pelo cordel.

* Humorísticos e picarescos: os mais populares. Contam fatos como A Dor de Barriga de um Noivo e A Mulher Que Trocou o Marido por uma TV a Cores.

* Exemplos morais: deixam uma lição.

* Pelejas: relatos de cantorias entre repentistas. Os textos são frutos da imaginação do cordelista.

*Folhetos de discussão: apresentam dois pontos de vista sobre uma mesma questão..

* Outros gêneros: há ainda folhetos de conselhos, profecias, cachorradas, descaração, política, educação etc.


PROCEDIMENTOS

*História da Literatura de Cordel;

*Trabalho com diferentes gêneros literários;

*Produção textual bibliográfica utilizando a Língua Português e Inglesa;

*Estudo sobre a história da xilogravura;

*Técnicas de xilogravura;

*Estudo sobre Versificação;

*Vida e Obra dos Principais Cordelistas;

*Vida e Obras do Artista Lasar Segall, assim como costumes

*Visita do Poeta Cordelista Moreira de Acopiara e apreciação de suas declamações poéticas, no dia 09 de Outubro às 19 horas.

*Visita ao “Museu Lasar Segall” :
Criar, construir, apreciar e representar são ações que devem estar presentes na construção do conhecimento, oportunizando a expressão e a descoberta das próprias aptidões. Por meio da arte é possível aprender a expressar idéias e sentimentos.
O estudo contextualizado dos principais mestres, bem como de suas técnicas em pintura, escultura e xilogravura poderão ser fontes de novas informações e inspirações.
Com o desenho sobre placa de isopor (bandejas de alimentos) e impressão com guache preta sobre papel, estimulando a observação e o conceito de imagem espelhada, iniciaremos o trabalho com a gravura.
Com o objetivo de ampliar o repertório cultural de nossos alunos, estimulando a criatividade e habilidades, é que resolvemos relacionar o nosso Projeto a visita ao Museu Lasar Segall.
Acreditamos que a apreciação de obras assim como a atividade plástica no ateliê, estimularão a criatividade, proporcionando aos educandos a reflexão e observação de diferentes formas de manifestações artísticas.




























RECURSOS
*Papel reciclado;

*Madeira;

*Tinta;

*Transparências;

*Isopor;

*Pincel;

*Goivas;

*Formão;

*2º Concurso Paulista de Cordel- Amostras de cordéis para análise;

*Textos extraídos dos sites: www.ablc.com.br,www.teatroemcordel.com.br,www.camarabrasileira.com/cordel,

*Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel ;

*DVD’S: Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisioneiro;

*Ônibus.































PRODUTO FINAL

*Confecção de folhetos de cordel, com as biografias e xilogravuras feitas pelos alunos.



BIBLIOGRAFIA

*Textos extraídos do site: http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=308&textCode=853
www.ablc.com.br,www.teatroemcordel.com.br,www.camarabrasileira.com/cordel, http://www.museusegall.org.br/

*Dicionário Brasileiro de Literatura de Cordel ;

*Parâmetros Curriculares Nacionais

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