segunda-feira, 12 de abril de 2010

OS FILHOS DO CARVÃO-Prod. de Texto e Leitura-6a,7a,7b

No Brasil, existem muitas crianças que trabalham desde pequenas, e que por isso não podem ter atividades normais de criança como brincar e ir à escola.
Você sabia que o carvão é a lenha do eucalipto queimado em fornos chamados de rabos quentes? E que rabo quente é uma espécie de iglu (que nem a casa dos esquimós) feitos de tijolo e barro, que arde e estala com o fogo acesso durante três dias?
Pois é. Só que, para fazer o eucalipto virar carvão, muitas crianças trabalham junto com seus pais.
Quem contou e até mostrou tudo isso para minha professora foi a Luciane, uma menina de 15 anos, que vive numa fazenda em Água Clara, no Mato Grosso do Sul. Ela tem mais dois irmãos adolescentes e duas irmãs pequenas. Todos trabalham com o pai na carvoaria. Escute só o que ela falou:
“O médico me proibiu de mexer com fumaça, pois já tive pneumonia. Mas meu pai não agüenta trabalhar sozinho. Desde os 7 anos ajudo ele. Comecei fazendo porta de forno, depois aprendi de tudo.
Tenho que transportar a lenha, botar fogo, esperar esfriar e retirar o carvão. Tem tanta coisa para fazer numa carvoaria que de noite, a gente dorme até em pé”.
Agora reflita um pouco, de como deve ser horrível a gente não poder deitar numa cama macia, cheirosa e quentinha, ainda mais quando está caindo de cansado. Esta história, só tem fumaça e tristeza. Se eu fosse pintar, só usaria o lápis cinza. E o preto também, claro, para pintar o carvão e o gato.
Sabe o que é esse gato? É o homem que contrata os carvoejadores e depois leva para morar em barracas, dentro das florestas onde estão os eucaliptos que vão virar carvão. É ali, no meio da fumaça e longe da cidade, que famílias como a de Luciane vivem. E não pensem que é só em Água Clara. A Dona Catarina disse que em Minas Gerais, na Bahia e no Pará, também existem crianças assim.
Esta história de Cinza-triste me fez lembrar de amarelinha. É que minha mãe sempre me dá um pedaço de carvão quando eu quero riscar uma amarelinha na calçada. É melhor que giz, porque o preto aparece mais.
Será que estas crianças do carvão já brincaram uma vez de amarelinha?
Autoras: Jô Azevedo, Iolanda Huzak, Cristina Porto. Trechos do livro Serafina e a criança que trabalha: Histórias de verdade - São Paulo, Ática, 1996



Estruture uma reportagem sobre o tema central deste texto

Um comentário:

  1. Olá!Minha filha éstá na sexta série-7ºano,12 anos.Na prova de redação,apareceu esse texto fora de ordem para enumerarem.Nenhuma criançca da classe acertou.Tentei colocar na ordem e também nao consegui! Fizemos busca na net pra saber o texto,nunca foi lido em classe.Achei de dificil compreensão pra idade dela.Gostaria de saber sua opinião.Obrigada!ass Viviane

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